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A Boitempo Editorial foi fundada em 1995, por Ivana Jinkings. O nome da editora – inspirado em um poema de Carlos Drummond de Andrade – é uma homenagem ao maior poeta brasileiro e também ao criador da primeira Boitempo, o dirigente comunista Raimundo Jinkings, pai de Ivana.
A editora consolidou-se produzindo livros de qualidade, com um catálogo consistente e opções editoriais claras. O reconhecimento desse trabalho se constata pela ampliação do número de autores e leitores e pela conquista de prêmios importantes.
Inicialmente, o objetivo era editar textos de indiscutível relevância, esquecidos ou ainda inéditos no Brasil, como a obra de estreia – Napoleão, de Stendhal, livro que revela o lado “historiador político” do escritor. A ele se seguiram outros clássicos da literatura, como Machado de Assis, Anatole France e Jack London. Aos poucos, as escolhas passaram a abarcar também novos autores, como Edyr Augusto e João Carrascoza, passando por nomes já consagrados, como Flávio Aguiar e Roniwalter Jatobá.
Com 20 anos de existência, Boitempo publicou obras dos mais influentes pensadores nacionais e internacionais, que se tornaram referência em vários centros de ensino e pesquisa, abrangendo diversas áreas das ciências humanas, como economia, política, história e cultura.
Os temas são variados e amplos: indústria cultural, ditadura militar, neoliberalismo, trabalho, capitalismo, comunismo, marxismo, questões de gênero, filosofia, educação, ética e meio ambiente. Entre os principais autores estão Boaventura de Sousa Santos, David Harvey, Edward Said, Ellen Wood, Emir Sader, Francisco de Oliveira, François Chesnais, Giorgio Agamben, György Lukács, Immanuel Wallerstein, István Mészáros, Leandro Konder, Maria Rita Kehl, Michael Löwy, Mike Davis, Perry Anderson, Ricardo Antunes, Tariq Ali e Slavoj Žižek.
A Boitempo mantém ainda seis coleções, coordenadas por alguns dos principais intelectuais brasileiros: Estado de Sítio, dirigida por Paulo Arantes; Marxismo e Literatura, por Leandro Konder; Mundo do Trabalho, por Ricardo Antunes; Pauliceia, por Emir Sader; além das coleções de clássicos e das obras de Karl Marx e Friedrich Engels, estas em edições comentadas e traduzidas diretamente do alemão. Semestralmente publica a revista Margem Esquerda, de estudos marxistas.
Em 2011, a editora passou a disponibilizar seus livros também em formato digital – os chamados ebooks – e a ter maior presença nas redes sociais, mostrando que valoriza a acessibilidade e o contato direto com o leitor. Esses são alguns dos motivos pelos quais a Boitempo tornou-se respeitada no mundo editorial, na academia e entre o público leitor. Com a convicção da qualidade do trabalho realizado, procura sempre oferecer informações sobre os títulos, reafirmando o respeito ao leitor, ao autor e aos colaboradores como ponto principal de sua atuação.